O Governo de Pernambuco tem apostado na presença dos chamados “laranjinhas” — policiais militares novatos, recém-formados e sem experiência de campo — como símbolo de reforço no policiamento ostensivo. Mas, apesar da propaganda oficial, especialistas em segurança pública alertam que a medida mascara problemas estruturais e não consegue frear o avanço da criminalidade.
A realidade das ruas mostra um cenário distinto do divulgado pelo Palácio do Campo das Princesas. Na Zona Norte do Recife, por exemplo, uma mulher perdeu o carro para um criminoso armado em plena luz do dia, episódio que se soma a uma sequência de assaltos e crimes violentos registrados na capital e no interior.
Além da inexperiência, parte desses novatos já responde a processos internos por condutas irregulares, o que acende um alerta sobre a forma apressada com que foram lançados às ruas. “Colocar recrutas despreparados para enfrentar o crime organizado é expô-los ao risco e, ao mesmo tempo, transmitir uma falsa sensação de segurança à população”, avalia um especialista.
Enquanto isso, o crime organizado amplia sua presença em comunidades e áreas estratégicas, e os índices de violência continuam elevados. Sem políticas de inteligência, valorização de quadros experientes e prevenção social, a sensação entre especialistas é de que a criminalidade segue um passo à frente das ações do governo.
Resumindo: o governo de Raquel Lyra tem investido pesado em marketing, mas marketing não prende bandido — e a violência em Pernambuco só cresce.