Nos bastidores da política pernambucana, uma nova espécie vem chamando atenção dos observadores mais atentos: o hospedeiro político.
Trata-se daquele político ou partido que não possui ideologia definida, mas vive de abrigar interesses, figuras e alianças de ocasião — mudando de cor conforme o clima eleitoral.
O hospedeiro político é o tipo que hoje elogia, amanhã critica, e depois de amanhã volta a elogiar — tudo conforme o vento sopra e o poder promete. Não tem raiz, tem hospedagem.
Enquanto o eleitor procura coerência, ele procura abrigo: uma secretaria, uma diretoria ou um carguinho que o mantenha vivo na paisagem política.
Segundo analistas, o fenômeno não é novo, mas tem se espalhado com força nas últimas eleições municipais. “O hospedeiro político é como aquele terreno baldio onde todo mundo joga o que não quer mais, mas de onde sempre nasce alguma coisa quando chega a campanha”, brinca um cientista político ouvido pela reportagem.
Em muitos municípios, partidos que antes representavam causas claras — trabalhistas, populares ou conservadoras — viraram condomínios de conveniências. São siglas que recebem políticos de todos os lados, sem filtro ideológico, mas com muito apetite eleitoral.
No fim, o hospedeiro político sobrevive não pela firmeza, mas pela flexibilidade.
E, como na biologia, o parasita se alimenta enquanto o hospedeiro aguenta — depois, muda-se para outro corpo, deixando apenas o rastro da velha promessa de renovação.
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