'Sou candidato a pai de governador', diz Fernando Bezerra Coelho

 


    Prestes a se aposentar, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) ainda movimenta os bastidores da política brasileira e pernambucana. Filiado ao PSB durante 12 anos, o parlamentar chegou a comandar secretarias nos governos de Miguel Arraes e Eduardo Campos. Hoje, ele afirma que está na “hora da mudança”.

    “Sem querer fazer nenhum tipo de crítica no plano pessoal, mas pedindo a reflexão dos pernambucanos e pernambucanas para esse processo que a gente viveu no estado nos últimos oito anos. Pernambuco perdeu o dinamismo. Pernambuco perdeu a velocidade no seu crescimento”, disse em entrevista em uma rádio nesta quarta-feira (2).

    Pai do prefeito de Petrolina e pré-candidato ao Governo de Pernambuco, Miguel Coelho (DEM), Bezerra promete ajudar o filho com o capital político acumulado ao longo das quatro décadas de vida pública. Questionado sobre o próprio futuro, o parlamentar respondeu que seria candidato a “pai de governador”.

    O senador também minimizou a pulverização das candidaturas oposicionistas e lembrou do pleito de 2006, quando a oposição a Mendonça Filho (do então PFL) se dividiu nas candidaturas de Eduardo Campos (PSB) e Humberto Costa (PT). Reunida no segundo turno em torno da candidatura pessebista, a oposição conseguiu vencer a disputa.

    “Em 2010, Jarbas Vasconcelos [MDB] uniu toda a oposição de Pernambuco: perdeu para Eduardo Campos [PSB] no processo de reeleição. Em 2014 e 2018 Armando Monteiro [então no PTB] uniu todas as oposições de Pernambuco: perdeu duas vezes para Paulo Câmara. O que a história política de Pernambuco nos mostra é que é importante ter dois palanques alternativos da oposição para que a gente possa fazer o melhor enfrentamento”, concluiu.


Desembarque do governo

    Falta de gentileza. Foi assim que Bezerra classificou a forma que o Governo Bolsonaro tratou a indicação feita pelo Senado ao Tribunal de Contas da União (TCU). No final do ano passado, o senador pernambucano deixou a liderança do governo na Casa, após o plenário aprovar a indicação de Antonio Anastasia (PSD/MG) ao cargo. Bezerra contava com o apoio dos governistas, mas recebeu apenas 7 votos.

    Na época, o senador confidenciou a aliados que sentira traído. À Clube, o parlamentar voltou a tocar no assunto. “Acho que faltou a elegância, faltou gentileza e comunicar ao próprio líder que o governo estava indo para essa posição. Isso é que me retirou as condições de continuar como líder do governo.”

    O senador explica que “num processo de negociação dentro do Senado Federal, é preciso que você tenha a confiança do governo para poder fazer as negociações. São negociações às vezes muito difíceis; você tem que ceder, tem que buscar o apoio muitas vezes até de forças de oposição em determinadas situações que estão em jogo. Aquele episódio deixou muito claro que eu perdi as condições necessárias para melhor exercer as funções de líder de governo”.

    Apesar disso, Bezerra afirmou que “as coisas estão clareando” e comentou o convite feito pelo governo a Alexandre Silveira (suplente de senador do PSD, que assumiu o cargo após a ida de Anastasia para o TCU) para ocupar a função de líder no Senado. “Me coloquei à disposição para ajudar nesse trabalho que ele deverá assumir”, disse. Empossado nesta quarta, Silveira ainda não decidiu se irá aceitar a proposta.

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